O 5G acaba de chegar e o Brasil já tem um laboratório para desenvolver o 6G. Embora a tecnologia 5G seja muito recente e não seja usada em todos os lugares, os pesquisadores já estão de olho no 6G, o próximo passo na evolução tecnológica. Foi inaugurado nesta semana o centro de Pesquisas em Engenharia de Redes e Serviços Inteligentes em 2030 (Smartness), formado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e Ericsson da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Neste centro, cientistas tem a intenção de fazer estudos tanto com o que temos pronto, o 5G, e com a tecnologia que vem a seguir, o 6G. A tecnologia 5G traz como imensa novidade uma velocidade de conexão absurda, inimaginável anos atrás (capaz de baixar filmes em segundos), baixa latência (rapidez essencial no mundo dos games), além da característica de unir equipamentos conectados. Tchau, atraso!
Vai demorar para o 6G ver a luz do sol
A respeito do 6G, o que se tem como expectativa é que sua total implantação no cotidiano do brasileiro esteja prevista para meados de 2030. Afinal de contas a evolução de tecnologias de conexão se dão em um ciclo de uma década completa: o 4G teve início na década de 2010; já o 5G tomou impulso na década de 2020. O novo centro tem como meta explorar tecnologias novas em telecomunicações que solucionem e auxiliem na projeção e construção de infraestruturas de computação em nuvem e redes cognitivas orientadas por aprendizado de máquina e inteligência artificial, para o desenvolvimento da próxima geração de serviços de conectividade.
Nosso desafio é olhar para o futuro e pensar nos serviços e aplicações que demandarão uma série de novas tecnologias no próxima década. Com o advento do 5G, surgiram utilizações que hoje se fala, mas que não serão plenamente realizadas na quinta geração da internet. O Smartness (redes e Serviços Inteligentes) tem sede no campus de Campinas e conta com a contribuição de professores e pesquisadores da FEEC e do instituto de máquinas para Computação (IC-Unicamp).
A cientista-chefe da Ericsson, Maria Valeria Marchesini, se tornará Diretora associada do centro de Pesquisa. Um total de mais de 50 especialistas em engenharia elétrica, ciência da computação, telecomunicações ou áreas afins participarão do projeto que explorará a programabilidade, elasticidade, escalabilidade e automatização esperadas de redes e serviços inteligentes de próxima geração. Além da Unicamp e da Ericsson Research, o polo conta com a participação de pesquisadores das universidades de São Paulo (USP) e Vale do Rio dos Sinos.
Muitas universidades estão unidas no projeto
Além das Federais de São Carlos (UFSCar), ABC (UFABC), Amazonas (UFAM), Espírito Sagrado (UFES), Goiás (UFG), Pará (UFPA), Rio Grande do Norte (UFRN), Campina Grande (UFCG), Ceará (UECE), Uberlândia (UFU), Bahia (UFBA), Minas Gerais (UFMG), Rio Grande do Sul (UFRGS) e Pampa (Unipampa). O centro de pesquisas do 6G Smartness faz parte do programa centros de Pesquisa em Engenharia (CPE) da FAPESP, que associa a criação de centros de pesquisa em parceria entre universidades e empresas para promover a inovação tecnológica.
O acordo anunciado no primeiro semestre incluiu negociações intermediárias com o apoio da agência de Inovação Inova Unicamp, que também apoia atividades de incentivo à inovação, ao empreendedorismo e à gestão da propriedade intelectual. “O Smartness Center é uma iniciativa inédita no Brasil e na América Latina. Um importante centro de pesquisa na área de telecomunicações e redes de computadores, focado no desenvolvimento de serviços avançados de conectividade móvel em diferentes ângulos da indústria, da academia e da sociedade fortalecendo a liderança do Brasil e ampliando seu poder competitivo”, explica Mateus Ārya, Head de Research da Ericsson no Brasil.
A preparação da missão 6G produzirá pesquisas na fronteira do conhecimento para o desenvolvimento de tecnologias, com potencial de gerar impacto e inovação tecnológica. O grupo desenvolverá tecnologias de processamento de tráfego para agilizar a comunicação de forma distribuída, aumentando a interconexão de objetos do cotidiano e permitindo usos da internet que não seriam possíveis com a infraestrutura atual.
Progressos que serão usados em braços robóticos para utilizações industriais e de saúde, sensores, automóveis, salas de educação e treinamento com óculos de realidade aumentada, para citar alguns. Os investimentos financeiros e não financeiros totalizarão R$ 56 milhões, distribuídos em dez anos. A FAPESP vai investir um total de R$ 14 milhões no novo centro, o mesmo valor da co-financiadora Ericsson. A empresa sueca implementará a infraestrutura técnica para novos estudos.
Outra parte, no valor de R$ 28 milhões, virá do orçamento da Unicamp, como contrapartida econômica, na forma de salários de pesquisadores, pessoal de apoio, infraestrutura e instalações. Os resultados resultantes produzem publicações de impacto internacional, que a Ericsson pode utilizar em seus produtos ou serviços, para estabelecer parcerias com outras empresas, ou mesmo para fomentar o empreendedorismo e a inovação tecnológica no país por meio da constituição de pequenos negócios e spin-offs. acadêmicos.
Paralelamente, o centro também apoia a formação de uma força de trabalho altamente qualificada para os desafios futuros da internet “Temos uma grande oportunidade com o lançamento do Smartness e esperamos capturar o talento dedicado na visão do centro. Poucos programas oferecem 5G recém-chegado, e o Brasil já tem laboratório para desenvolver 6G.
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